Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 10-2 | ||||
Resumo:Pertencente à família Fabaceae, Mimosa strobiliflorastrobiliflora Burkart é uma espécie endêmica da Mata Atlântica, com ocorrência no estado do Paraná, mais especificamente às margens do Rio Iguaçu, compondo a Floresta Ciliar ou de Galeria. Segundo alguns registros é considerada ameaçada de extinção, sendo, por essa razão, projetos que levem em conta a sua reinserção em áreas naturais, de grande importância para auxiliar a recuperar populações da espécie. Para isso, a produção de mudas de adequada qualidade morfofisiológica é essencial para garantir o sucesso dos plantios e a melhor adaptação das plantas às condições presentes no campo. Vários fatores afetam a qualidade de mudas, sendo que mais recentemente bactérias promotoras do crescimento de plantas (BPCP) começaram a ser utilizadas na produção de espécies arbóreas nativas, com o propósito de melhorar o seu desempenho a campo e reduzir a mortalidade observada após o plantio. A eficiência das BPCPs como inoculantes está atrelada a maior absorção de nutrientes, modulação hormonal, inibição do crescimento de patógenos e aumento da tolerância a estresses abióticos. Assim, esta pesquisa teve como objetivo avaliar a interação e a eficiência de BPCPs endossimbióticas e associativas para a produção de mudas de M. strobiliflora sob diferentes doses de fertilizante de liberação controlada (FLC). Para tanto, mudas de M. strobiliflora foram produzidas em embalagens de 110 cm3 preenchidas com substrato comercial composto por casca de pinus compostada e vermiculita. Para os tratamentos de nutrição, foram homogeneizadas aos substratos três doses do FLC Osmocote® 5M (18-05-09), conforme os seguintes tratamentos: 0, 1, e 2 Kg m-3. Para os tratamentos com BPCPs, foram utilizadas duas estirpes do gênero Paraburkholderia, CNPSo 3281 e CNPSo 3076, selecionadas na região dos Campos Gerais do Paraná, padronizadas na concentração de 109 UFCs mL-1, e o inoculante comercial Azospirillum brasilense , composto pelas estirpes Abv-5 e Abv-6, na concentração de 2x108 UFC mL-1, os quais foram inoculados nas mudas cerca de 45 dias após a semeadura. Durante o período experimental, foram avaliados a altura caulinar, o diâmetro do coleto, as biomassas secas caulinar, radicular e total e o Índice de Qualidade de Dickson (IQD). A partir da análise dos resultados verificou-se que apenas na dose de 1 kg m-3 houve diferença entre os tratamentos com BPCPs para a varável altura, na qual os inoculantes CNPSo 3076 e A. brasilense mostraram-se superiores ao tratamento controle. Ainda para o inoculante 3076, destaca-se que este promoveu crescimento em altura similar para as doses de 1 e 2 Kg m-3, permitindo maior economicidade quanto ao uso do fertilizante. Para os demais tratamentos, a dose de 2 kg m-3 mostrou-se mais eficiente na promoção do crescimento em altura. Esses resultados refletiram os valores obtidos para o IQD, no qual a dose de 2 kg m-3 se mostrou mais eficiente na produção de mudas de qualidade. Com relação às demais variáveis analisadas, não foi observado diferença significativa entre os tratamentos de BPCPs, sendo que apenas as doses crescentes de FLC proporcionaram valores superiores ao tratamento controle de 0 kg m-3. Palavras-chave: fertilizante de liberação controlada, espécies nativas, restauração ecológica, soluções baseadas na natureza. Agência de fomento:CAPES; CNPQ; FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA |